São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII.
Seu último habitante foi a senhora sexagenária Diva Barca, que morreu afogada, em maio de 2000, quando seguia para Paranaguá, distante duas horas de barco – ou 80 quilômetros por terra. Uma tempestade virou a canoa. A casa da derradeira moradora permanece intacta e fechada desde o dia de sua morte.
Ararapira mergulhou em uma irremediável decadência com a construção do canal do Varadouro, em 1952/53, para a formação da ilha artificial de Superagui. Em 1989 a área foi transformada em parque nacional e dez anos depois declarada Patrimônio Natural da Humanidade.A vila permanece “abandonada” desde que as águas começaram invadir o vilarejo, forçando famílias a seguirem para outras cidades. Muitos comerciantes e pescadores tornaram-se favelados, mas fazem questão de serem sepultados em Ararapira, já que o cemitério é o único elo entre a vila e seus ex-habitantes.
Dias antes do feriado de Finados, os descendentes que ainda moram na região,capinam a trilha que leva até o cemitério e retornam no dia 2 para acender velas e rezar para os mortos, e partem de novo, sendo essa a única manifestação persistente no local. No início do século passado, ao som da viola e da sanfona, a comunidade se reunia na praça central para dançar fandango. Para os seus mais de 500 moradores, este era um momento solene.
Fonte:http://www.fabioromele.com/ararapira.html
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