sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Cemitério da Consolação


 O Cemitério da Consolação é a mais antiga necrópole em funcionamento na cidade de São Paulo.Fundado em 1858, é uma das principais referências brasileiras no campo da arte tumular. Um ambiente arborizado e tranquilo em meio à agitada rua de mesmo nome, que reúne cerca de 300 esculturas e trabalhos de artistas renomados como Victor Brecheret e o arquiteto Ramos de Azevedo.O cemitério abriga sepulturas de personagens da história paulistana como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo e Mario de Andrade, além do imponente mausoléu da família Matarazzo, maior da América do Sul e cuja altura equivale a um prédio de três andares.

 Conheça 12 túmulos curiosos do Cemitério da Consolação

MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS




Afonso Arinos de Melo Franco, ou apenas Afonso Arinos, foi um grande jurista, jornalista e escritor brasileiro. Autor de inúmeras obras literárias, foi levado à Academia Brasileira de Letras onde veio a ocupar a cadeira de número 40. Além de suas contribuições para a cultura, teve atividades importantes dedicadas a vida jurídica nacional sendo um dos criadores da Faculdade de Direito de Minas Gerais, onde lecionou direito criminal.

 O FUNDADOR DA CIDADE DE OSASCO

Antonio Giuseppe Agú, ou apenas Antonio Agu como é mais conhecido, foi um imigrante italiano e importante empreendedor no Estado de São Paulo. Fabricante de tijolos, sua indústria foi fundamental não só para a fundação como também para o desenvolvimento da cidade vizinha à capital paulista. Para escoar sua produção de tijolos, Agu trabalhou pela construção de uma estação ferroviária junto a sua fábrica de tijolos. Ao ser inaugurada 1895 os administradores da ferrovia queriam batizá-la com seu nome. Ele recusou a honraria e sugeriu o nome de Osasco, sua cidade natal na Itália, o que foi aceito. Nascia assim a Estação de Osasco e a seu redor a cidade que também leva seu nome.

O BANDEIRANTE DO JORNALISMO PAULISTA


É impossível falar da imprensa paulista sem mencionar o nome de Joaquim Roberto de Azevedo Marques. Bastante ignorado por aqueles que visitam o Cemitério da Consolação, Azevedo Marques é o homem que estabeleceu a pedra fundamental do jornalismo em São Paulo ao lançar em uma então pequena cidade que era a capital paulista, seu primeiro jornal diário, o Correio Paulistano.  Décadas depois de sua morte, em 1922, seu jornal seria o único periódico paulista a apoiar e acreditar na célebre Semana de Arte Moderna.


UM ESPÍRITA E ABOLICIONISTA

Se há uma figura na sociedade paulistana que mereceria muito mais destaque, esta figura é Antônio Gonçalves da Silva, o popular Batuíra. Nascido em Portugal em 1839, foi um homem de incrível personalidade. Depois de passar pelo Rio de Janeiro e por Campinas, fixou residência em São Paulo, onde adquiriu diversos lotes de terra na região onde hoje está a rua Lavapés. Figura incrível, foi entregador de jornais (Correio Paulistano), fabricante de charutos e dono de teatro. Mas destacou-se principalmente pela figura bondosa que era ao acolher escravos fugidos em sua propriedade, o qual só os deixava partir se alforriados pelos seus senhores, e também por sua notável dedicação ao espiritismo.


 O GRANDE DEFENSOR DOS OPERÁRIOS

Ao falar de defensor dos trabalhadores, muitos talvez se lembrem somente de um ex-presidente da República, mas muito antes disso um grande cidadão paulistano já defendia os operários no início do século 20, em uma época em que os deveres eram muitos e os direitos eram quase nenhum. Este homem foi Afonso Celso Garcia da Luz, mais conhecido por Celso Garcia.


UM GRANDE ARQUITETO


Francês que adotou o Brasil como sua pátria e São Paulo como sua cidade de coração, Victor Dubugras é um dos grandes arquitetos da história da capital paulista. Mesmo sem nunca ter sido diplomado, teve uma carreira brilhante repleta de obras bastante conhecidas pelos paulistanos. Uma das mais importantes foi a remodelação do Largo da Memória, para as comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil. Também pelo centenário projetou os Pousos e Monumentos da Serra de Paranapiacaba. No interior de São Paulo projetou a belíssima Estação Ferroviária de Mairinque.
Dubugras também desenvolveu uma série de outros projetos particulares residenciais e comerciais, tanto no centro de São Paulo como em bairros nobres como Vila Buarque, Higienópolis e Cerqueira César. Foi também um dos fundadores do Instituto de Engenharia em 1916.


UM NOVA-IORQUINO SEPULTADO EM SÃO PAULO



George C. Eck nasceu na cidade de Nova Iorque em 1873, ele veio para o Brasil logo na virada do século 20 para trabalhar como taquígrafo na empresa canadense Light and Power Company. Ele seguiu trabalhando entre os colegas brasileiros até o ano de 1912, quando adoeceu rapidamente e acabou vindo a falecer em 21 de abril. Seu óbtido foi lavrado pelo famoso Dr. Walter Seng que atestou morte por uma doença chamada noma (espécie de gangrena que hoje é comum apenas em locais muito pobres e insalubres).
Morto e sem qualquer familiar por aqui, os custos de enviar o cadáver para os Estados Unidos eram muito altos. Então seus colegas de trabalho alertaram a família nos Estados Unidos e optaram por um sepultamento aqui mesmo, em São Paulo. Eles compraram este túmulo no Cemitério da Consolação e ali o sepultaram. Por isso está escrito na lápide o termo “Erected by His Friends“(erguido por seus amigos).


O AUTOR DO VIADUTO DO CHÁ



Este túmulo discreto geralmente passa despercebido pelo turista, mas é ai que está sepultado um francês que tornou-se brasileiro e projetou a obra que foi crucial para o desenvolvimento da região central de São Paulo: O Viaduto do Chá.Em 1877 ele projetou o viaduto, mas a Baronesa fez de tudo para impedir a demolição de sua residência e isto atrasou o viaduto, que só seria demolido por completo 12 anos depois em 1889. A inauguração do Viaduto do Chá, em 6 de novembro de 1892, foi imprescindível para o desenvolvimento da Cidade de São Paulo. Jules Martin viria a falecer em 18 de setembro de 1906, não sem antes mudar os rumos da urbanização da capital paulista.


A GAROTINHA QUE DÁ NOME A UMA VILA HISTÓRICA


Maria Zélia Street, é filha do famoso industrial brasileiro Jorge Street. Ela faleceu em 12 de setembro de 1915 com apenas 16 anos, quando a famosa vila operária de seu pai ainda estava sendo construída. Ao ser inaugurada, em 1917, a vila foi batizada com seu nome como forma de homenagem nascendo então a hoje famosa Vila Maria Zélia.
O nome da vila quase desapareceu por completo da história na década de 20. Em 1924, Jorge Street mergulhado em dívidas vendeu a fábrica e a vila para a família Scarpa que imediatamente mudou o nome do local para Vila Scarpa. O nome da vila só voltaria ao original em 1929, quando o Grupo Guinle tomou posse do local e decidiu restituir o nome original.


O GRANDE FOTÓGRAFO DE SÃO PAULO



Nascido no Rio de Janeiro em 1837, Militão veio para São Paulo em 1862. Aqui começou a trabalhar com fotografia no Ateliê Carneiro & Gaspar onde era retratista. Posteriormente, em 1875, cria o estúdio Photographia Americana onde retratou grandes personalidades brasileiras como D.Pedro II e Castro Alves.
Além do trabalho em estúdio, são importantíssimos para a história da Cidade de São Paulo seus famosos álbuns comparativos,que hoje são registros iconográficos únicos sobre a memória arquitetônica de uma São Paulo antiga que hoje praticamente não existe mais.


O FUNDADOR DAS LOJAS PIRANI


Quando falamos de Lojas Pirani as pessoas de mais idade lembram-se da famosa rede lojas que existia aqui na Cidade Paulista.
Rodolfo Pirani nasceu em Osimo, Itália, em 3 de julho de 1891 e chegou ao Brasil com sua família com apenas cinco anos de idade. Com talento desde muito jovem para os negócios, inaugurou as Casas Pirani famosa rede de lojas que logo cresceu rapidamente. Era considerado um patrão muito preocupado com o bem estar de seus funcionários e com as condições de trabalho. Suas lojas Pirani foram um sucesso e até hoje a marca está presente na memória de muitos paulistanos. Faleceu em 8 de maio de 1964, mas não sem deixar sua marca na história dos estabelecimentos comerciais de São Paulo.


O GRANDE EMPRESÁRIO DA INDÚSTRIA DE CIGARROS


Sepultado neste belíssimo mausoléu, está o poderoso empresário Sabbado D`Angelo. Era dele a Sudan, uma das maiores indústrias brasileiras de tabaco. Em uma época que não haviam as restrições e proibições que são impostas ao fumo, seus cigarros eram dos mais queridos e consumidos na São Paulo antiga. Algumas de suas marcas eram sinônimos de enorme sucesso de vendas, como o “Diamante Negro”, que homenageava o então jogador Leônidas. Hoje as embalagens do cigarro “Diamante Negro”, bem como outras produzidas pela Sudan são disputadas a tapa por colecionadores.









Nenhum comentário:

Postar um comentário